...Quem
ignorar estes princípios ou quem, conhecendo-os, não os observar, não pode ser
honrado, não pode ser amado, não pode governar os outros homens: é fatalmente
um infeliz, e o infeliz, no dizer de Camilo Castelo Branco, tem o fatal condão
de deslapidar o brilho das idéias, enredando-as, escurecendo-as,
falsificando-as, há uma como névoa que empana os objetos ou os desfigura; o
infeliz vê sempre errado: ora crê e confia em tudo que ao comum dos homens é
desprezível; ora esquiva-se a tomar pelos caminhos do bem estar, que
evidentemente se lhes oferecem.
E
claro, pois, que só pode ser verdadeiro e portanto livre, quem for honrado; só
pode ser honrado o que for esclarecido, e só será esclarecido o que se conhecer
a si próprio, o que conhecer a sua composição psíquica e fisiológica,
porque
conhecendo a si próprio, conhecerá a composição do universo, e conhecendo esta,
conhecerá a lei dos fluidos, e conhecendo a lei dos fluidos, conhecerá as
diferentes categorias destes, e como a eles e às partículas da Inteligência
Universal se aplica a lei física da atração dos corpos; e com esses
conhecimentos saberá definir e explicar todos os fenômenos que se observarem e
terminará garantindo que o milagre e o sobrenatural são produtos da ignorância
humana, e que o visível, como o invisível, obedece à leis comuns e naturais que
regem todos os corpos e seres existentes no Universo.

Homem
verdadeiro
Por
Luiz de Mattos - 24 dezembro de 1912
Discurso
de inauguração da sede do Racionalismo Cristão no Rio de Janeiro
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