A história do Centro
Português de Santos remonta aos finais do século XIX e início do XX,
quando a cidade vivia em pleno regime Republicano, em meio a uma época de
grandes transformações políticas e sociais da Nação, o seu período de expansão,
através dos benefícios que o setor cafeeiro iria consolidar, marcando o
desenvolvimento comercial e urbanístico que a cidade via nascer.
O amor à Pátria longínqua, a
necessidade de representação de classe e a união pelo amparo moral, jurídico e
social motivaram a colônia portuguesa a um movimento associativo que deu
origem, conforme Ata de Fundação, sob “teatro lotado”, o Teatro Guarani, em 01
de dezembro de 1895, com sessão presidida pelo Sr. José Maria de Azevedo, ao
Centro Português de Santos.
Luiz de Mattos Manoel H Bittencourt |
Na oportunidade, Alberto da Veiga explicou os motivos da criação do Centro Português, que era “congregar todos os portugueses com a finalidade do culto ao tradicionalismo, da cultura literária, científica, profissional e social, sem intuitos políticos e para a defesa e amparo dos portugueses humildes e desprotegidos”.
Localizado no centro velho de
Santos, o Centro Português teve sua primeira sede no edifício da Praça da
República nº 11, e sua atual sede própria, encontra-se na Rua Amador Bueno
esquina com a Martim Afonso. A pedra
fundamental foi lançada em 15 de maio de 1898, data comemorativa dos 400 anos
da descoberta do caminho marítimo das Índias, descrito no épico de Camões, Os
Lusíadas.
O edifício, também em estilo "Neomanuelino", foi projetado pelos engenheiros portugueses Ernesto de Maia e João Esteves Ribeiro da Silva e construído no lote nº 188 da Rua Amador Bueno, com área de 700,90 m², concluído em 02 de maio de 1899 e inaugurado em 08 de outubro de 1900.
Um dos seus espaços mais expressivos, o Salão Camoniano inaugurado em 1913, abrigou em seus áureos tempos a elegância dos grandes saraus literários e dos bailes da sociedade local, prestigiados por imortais como Rui Barbosa, Olavo Bilac, Vicente de Carvalho e Martins Fontes, além de intelectuais Santistas.
Esse espaço que ainda é original teve nas obras de restauração do Centro Português as suas características preservadas. O teto possui importante obra do pintor Antonio Fernandez que ali retratou estâncias de vários cânticos dos Lusíadas, justificando o nome do salão. Nas paredes com obra de pintura de João Bernils, encontram-se medalhões e armas da nobreza que remetem a vilas e cidades portuguesas. Na reforma de 1951, o salão recebeu novo assoalho e sanitários mais modernos, além de uma escada bifurcada no hall de entrada garantindo melhor acesso aos pavimentos.
O edifício, também em estilo "Neomanuelino", foi projetado pelos engenheiros portugueses Ernesto de Maia e João Esteves Ribeiro da Silva e construído no lote nº 188 da Rua Amador Bueno, com área de 700,90 m², concluído em 02 de maio de 1899 e inaugurado em 08 de outubro de 1900.
Um dos seus espaços mais expressivos, o Salão Camoniano inaugurado em 1913, abrigou em seus áureos tempos a elegância dos grandes saraus literários e dos bailes da sociedade local, prestigiados por imortais como Rui Barbosa, Olavo Bilac, Vicente de Carvalho e Martins Fontes, além de intelectuais Santistas.
Esse espaço que ainda é original teve nas obras de restauração do Centro Português as suas características preservadas. O teto possui importante obra do pintor Antonio Fernandez que ali retratou estâncias de vários cânticos dos Lusíadas, justificando o nome do salão. Nas paredes com obra de pintura de João Bernils, encontram-se medalhões e armas da nobreza que remetem a vilas e cidades portuguesas. Na reforma de 1951, o salão recebeu novo assoalho e sanitários mais modernos, além de uma escada bifurcada no hall de entrada garantindo melhor acesso aos pavimentos.
É interessante ressaltar que os documentos principais que relatam a história do Centro Português foram guardados (e alguns dados por perdidos), no assoalho central do Salão Camoniano, e foi localizado por um minucioso trabalho de pesquisa e perspicácia do grupo de pesquisa do Departamento Feminino, que realizava em 1995, uma pesquisa histórica que deu origem ao volume comemorativo ao seu Centenário. Ao levantar as tábuas centrais do assoalho encontraram duas latas de cobre totalmente lacradas que foram abertas no dia 08 de maio na presença do Conselho Deliberativo, Diretoria, Departamento Feminino e demais convidados.
Na abertura das caixas, foram encontradas os documentos referente à pedra fundamental do Centro Português além de moedas e recortes de jornal da época da fundação, documentos da reforma de 1951 e moedas de vários países. Seguindo a tradição, durante as comemorações do Centenário do Centro Português foi depositada mais uma caixa com os documentos relacionados ao evento no piso do Salão, numa atitude nobre e patriótica do Grupo de Pesquisa no sentido de manutenção da tradição e dos valores históricos para as novas gerações.
Centro Cultural Português de Santos, Luiz de Mattos um dos seus principais incentivadores
Por Maria de Fátima da Silva Costa Garcia de
Mattos
MATTOS, Maria de Fátima da Silva Costa Garcia de.
Doutora em Artes pela ECA/USP (SP). Mestre em História e Cultura pela FDHSS/UNESP, Franca (SP). Docente de História da Arte do curso de Arquitetura e Urbanismo e do PPGE – Mestrado em Educação, do Centro Universitário Moura Lacerda de Ribeirão Preto (SP).
Doutora em Artes pela ECA/USP (SP). Mestre em História e Cultura pela FDHSS/UNESP, Franca (SP). Docente de História da Arte do curso de Arquitetura e Urbanismo e do PPGE – Mestrado em Educação, do Centro Universitário Moura Lacerda de Ribeirão Preto (SP).
Fonte: