"Este
discurso data de 1912, portanto da época em que Luiz de Mattos ainda estava,
ele próprio, se esclarecendo sobre a vida fora da matéria. Mais tarde, ele
mesmo despojou de seus discursos e de seus ensinamentos todos os elementos
místicos que ainda permeavam seus textos. Eis o seu discurso:"
Inauguramos neste momento o segundo Hospital Espírita fundado no planeta Terra, pelo Astral Superior, pelas forças ocultas de grande, de primacial pureza, que só nos intuem para o bem, para a perfeição espiritual, que se obtém com a prática de atos verdadeiramente honrados, dentre os quais os mais dignos são os que têm por base a caridade ampla, ilimitada em todos os seus ramos.
Inaugura-se, portanto, um verdadeiro templo de Deus, dirigido astralmente pelo seu Filho querido, pelo meigo nazareno, pelo Redentor da humanidade e principal protetor deste planeta, onde ele sofreu as maiores torturas, as maiores ingratidões por parte daqueles a quem veio remir e, portanto, salvar das garras da ignorância. Justo, é, pois, que tratando-se de um ato espírita, digamos algo sobre o Espiritismo Racional e Científico, que nós praticamos, e que se praticará dentro em pouco em todo o planeta.
Antes, porém, e segundo o nosso velho sistema de quando ainda éramos materialistas (e há apenas 3 anos mais ou menos que deixamos de o ser) diremos que segundo o princípio da Ciência Social inglesa, não se pode prevenir nem curar os males da humanidade sem se falar claramente. Falar claramente, portanto, é ser verdadeiro, e ser verdadeiro é ser honrado, ser honrado é ser Cristão, ser Cristão é ser livre, e velhos são estes princípios porque já Platão dizia: O maior mal é a ignorância da Verdade", e Cristo, nosso mestre e protetor, também disse: só a Verdade vos fará livres.
Depois destes veio Descartes, considerado como o fundador da filosofia moderna e disse: Distinguir o falso do verdadeiro é o único meio de ver claro as suas ações e de caminhar com segurança nesta vida. Um perfeito conhecimento de todas as coisas que o homem pode saber, é tão necessário para regular os nossos costumes como o uso dos nossos olhos para guiar os nossos passos. Trabalharemos para bem pensar, eis o princípio da moral.
O princípio da moral indicado por Descartes é um resumo das palavras de Cícero sobre o homem honrado, quando diz: Observar pontualmente todas as regras que podem constituir o homem é o mesmo que satisfazer as obrigações e cumprir todos os documentos que respeitam a todas as partes e a todas as ações da vida, não podendo ser honrado o homem somente à proporção que as observa.
Tudo o que se pode chamar de honrado se reduz a quatro princípios: Consiste o primeiro na perspicacidade do espírito que nos obriga a buscar e a descobrir a verdade, e a esse chamamos Prudência.
O segundo é aquele que se encaminha a guardar as leis da sociedade humana e a fé dos contratos, dando a cada um o que é seu, e a este chamamos Justiça.
O terceiro consiste na grandeza de ânimo, que não se podendo abater por alguma razão, nos faz capazes das maiores empresas e nos assegura a firmeza constante contra os mais terríveis acidentes, e a esse chamamos Valor.
O quarto consiste na ordem e nas medidas justas e exatas que devemos guardar em todas as nossas ações e palavras, e a esse chamamos Moderação.
Isto a que podemos chamar homem honrado, diz o mesmo Cícero, é uma virtude que reside nas qualidades do espírito e no uso que fazemos dessas qualidades.
Para Horácio, o homem honrado é aquele que se vence a si mesmo, a quem a morte, a pobreza e os trabalhos não atemorizam e que, sabendo reprimir os seus desejos intemperados, despreza as honrarias.
Quem ignorar estes princípios ou quem, conhecendo-os, não os observar, não pode ser honrado, não pode ser amado, não pode governar os outros homens: é fatalmente um infeliz, e o infeliz, no dizer de Camilo Castelo Branco, tem o fatal condão de deslapidar o brilho das idéias, enredando-as, escurecendo-as, falsificando-as, há uma como névoa que empana os objetos ou os desfigura; o infeliz vê sempre errado: ora crê e confia em tudo que ao comum dos homens é desprezível; ora esquiva-se a tomar pelos caminhos do bem estar, que evidentemente se lhes oferecem. E claro, pois, que só pode ser verdadeiro e portanto livre, quem for honrado; só pode ser honrado o que for esclarecido, e só será esclarecido o que se conhecer a si próprio, o que conhecer a sua composição psíquica e fisiológica, porque conhecendo a si próprio, conhecerá a composição do universo, e conhecendo esta, conhecerá a lei dos fluidos, e conhecendo a lei dos fluidos, conhecerá as diferentes categorias destes, e como a eles e às partículas da Inteligência Universal se aplica a lei física da atração dos corpos; e com esses conhecimentos saberá definir e explicar todos os fenômenos que se observarem e terminará garantindo que o milagre e o sobrenatural são produtos da ignorância humana, e que o visível, como o invisível, obedece à leis comuns e naturais que regem todos os corpos e seres existentes no Universo.
Saberá, então, bem claramente que a demonstração dessas leis, só o Espírito a pode fazer, e que este tem por base a Doutrina de Jesus e, portanto, da Verdade, tratando da existência da alma, da sua reencarnação e dos porquês de tudo quanto existe no Universo; assim ficará sabendo que não há nada de novo sobre a face da Terra.
Ficará também sabendo claramente que o Espiritismo, embora com outras denominações, é tão velho como o mundo e dele tiveram conhecimento e o praticaram os povos da antigüidade, como os da Índia, do Egito, da Grécia, etc., antes da Era de Cristo, sendo: na Índia, três mil anos antes de Cristo e, portanto, cinco mil da nossa Era, surgia então dentre a sua grande população o sábio Krishna que proclamava a existência de um único Deus, a imortalidade da alma, seu progresso através de múltiplas reencarnações, e deduzia de tais ensinamentos a moral puríssima. Falando de Deus, dizia que Ele ocupava todo o Universo e que só Ele, Infinito, podia compreender o infinito, o Universo. Sobre a imortalidade da alma dizia: o corpo, invólucro da alma, que faz dele sua morada, é uma coisa finita, porém a alma que o habita é invisível, imponderável, incorruptível e eterna. O homem terrestre é triplo como a divindade que reflete: inteligência, perispírito e corpo carnal. Tratando da reencarnação dizia: Quando o corpo morre, se o ser foi esclarecido na Terra, a alma acende às regiões desses seres puros que possuem o conhecimento do Altíssimo; mas, se a alma, quando encarnada na Terra se deixou dominar pelas paixões, pelos desejos intemperados, é então, obrigada a voltar de novo à Terra para recuperar o tempo perdido, e dizia mais: Eu e vós outros temos tido múltiplas reencarnações. As minhas só de mim são conhecidas, enquanto que vós não conheceis nem as vossas.
Quanto à moral dizia Krishna: Os males com os quais atormentamos o nosso próximo nos perseguem como a nossa sombra ao nosso corpo. As obras cujo móvel é o amor ao próximo, devem ser ambicionadas pelo justo, porque são as que mais pesarão na balança celeste. Se só freqüentares os bons, teus exemplos serão inúteis; não temas viver entre os maus para os atraíres ao bem. O homem virtuoso é parecido à arvore das nossas florestas, cuja sombra benéfica dá às plantas que as rodeiam a frescura da vida, etc.
Hermes, no Alto Egito, mil anos antes da Era cristã, afirmava:
Que Deus era o único que vivia em substância, o único gerador de tudo quanto existe no Céu e na Terra e o único que não foi gerado;
Inauguramos neste momento o segundo Hospital Espírita fundado no planeta Terra, pelo Astral Superior, pelas forças ocultas de grande, de primacial pureza, que só nos intuem para o bem, para a perfeição espiritual, que se obtém com a prática de atos verdadeiramente honrados, dentre os quais os mais dignos são os que têm por base a caridade ampla, ilimitada em todos os seus ramos.
Inaugura-se, portanto, um verdadeiro templo de Deus, dirigido astralmente pelo seu Filho querido, pelo meigo nazareno, pelo Redentor da humanidade e principal protetor deste planeta, onde ele sofreu as maiores torturas, as maiores ingratidões por parte daqueles a quem veio remir e, portanto, salvar das garras da ignorância. Justo, é, pois, que tratando-se de um ato espírita, digamos algo sobre o Espiritismo Racional e Científico, que nós praticamos, e que se praticará dentro em pouco em todo o planeta.
Antes, porém, e segundo o nosso velho sistema de quando ainda éramos materialistas (e há apenas 3 anos mais ou menos que deixamos de o ser) diremos que segundo o princípio da Ciência Social inglesa, não se pode prevenir nem curar os males da humanidade sem se falar claramente. Falar claramente, portanto, é ser verdadeiro, e ser verdadeiro é ser honrado, ser honrado é ser Cristão, ser Cristão é ser livre, e velhos são estes princípios porque já Platão dizia: O maior mal é a ignorância da Verdade", e Cristo, nosso mestre e protetor, também disse: só a Verdade vos fará livres.
Depois destes veio Descartes, considerado como o fundador da filosofia moderna e disse: Distinguir o falso do verdadeiro é o único meio de ver claro as suas ações e de caminhar com segurança nesta vida. Um perfeito conhecimento de todas as coisas que o homem pode saber, é tão necessário para regular os nossos costumes como o uso dos nossos olhos para guiar os nossos passos. Trabalharemos para bem pensar, eis o princípio da moral.
O princípio da moral indicado por Descartes é um resumo das palavras de Cícero sobre o homem honrado, quando diz: Observar pontualmente todas as regras que podem constituir o homem é o mesmo que satisfazer as obrigações e cumprir todos os documentos que respeitam a todas as partes e a todas as ações da vida, não podendo ser honrado o homem somente à proporção que as observa.
Tudo o que se pode chamar de honrado se reduz a quatro princípios: Consiste o primeiro na perspicacidade do espírito que nos obriga a buscar e a descobrir a verdade, e a esse chamamos Prudência.
O segundo é aquele que se encaminha a guardar as leis da sociedade humana e a fé dos contratos, dando a cada um o que é seu, e a este chamamos Justiça.
O terceiro consiste na grandeza de ânimo, que não se podendo abater por alguma razão, nos faz capazes das maiores empresas e nos assegura a firmeza constante contra os mais terríveis acidentes, e a esse chamamos Valor.
O quarto consiste na ordem e nas medidas justas e exatas que devemos guardar em todas as nossas ações e palavras, e a esse chamamos Moderação.
Isto a que podemos chamar homem honrado, diz o mesmo Cícero, é uma virtude que reside nas qualidades do espírito e no uso que fazemos dessas qualidades.
Para Horácio, o homem honrado é aquele que se vence a si mesmo, a quem a morte, a pobreza e os trabalhos não atemorizam e que, sabendo reprimir os seus desejos intemperados, despreza as honrarias.
Quem ignorar estes princípios ou quem, conhecendo-os, não os observar, não pode ser honrado, não pode ser amado, não pode governar os outros homens: é fatalmente um infeliz, e o infeliz, no dizer de Camilo Castelo Branco, tem o fatal condão de deslapidar o brilho das idéias, enredando-as, escurecendo-as, falsificando-as, há uma como névoa que empana os objetos ou os desfigura; o infeliz vê sempre errado: ora crê e confia em tudo que ao comum dos homens é desprezível; ora esquiva-se a tomar pelos caminhos do bem estar, que evidentemente se lhes oferecem. E claro, pois, que só pode ser verdadeiro e portanto livre, quem for honrado; só pode ser honrado o que for esclarecido, e só será esclarecido o que se conhecer a si próprio, o que conhecer a sua composição psíquica e fisiológica, porque conhecendo a si próprio, conhecerá a composição do universo, e conhecendo esta, conhecerá a lei dos fluidos, e conhecendo a lei dos fluidos, conhecerá as diferentes categorias destes, e como a eles e às partículas da Inteligência Universal se aplica a lei física da atração dos corpos; e com esses conhecimentos saberá definir e explicar todos os fenômenos que se observarem e terminará garantindo que o milagre e o sobrenatural são produtos da ignorância humana, e que o visível, como o invisível, obedece à leis comuns e naturais que regem todos os corpos e seres existentes no Universo.
Saberá, então, bem claramente que a demonstração dessas leis, só o Espírito a pode fazer, e que este tem por base a Doutrina de Jesus e, portanto, da Verdade, tratando da existência da alma, da sua reencarnação e dos porquês de tudo quanto existe no Universo; assim ficará sabendo que não há nada de novo sobre a face da Terra.
Ficará também sabendo claramente que o Espiritismo, embora com outras denominações, é tão velho como o mundo e dele tiveram conhecimento e o praticaram os povos da antigüidade, como os da Índia, do Egito, da Grécia, etc., antes da Era de Cristo, sendo: na Índia, três mil anos antes de Cristo e, portanto, cinco mil da nossa Era, surgia então dentre a sua grande população o sábio Krishna que proclamava a existência de um único Deus, a imortalidade da alma, seu progresso através de múltiplas reencarnações, e deduzia de tais ensinamentos a moral puríssima. Falando de Deus, dizia que Ele ocupava todo o Universo e que só Ele, Infinito, podia compreender o infinito, o Universo. Sobre a imortalidade da alma dizia: o corpo, invólucro da alma, que faz dele sua morada, é uma coisa finita, porém a alma que o habita é invisível, imponderável, incorruptível e eterna. O homem terrestre é triplo como a divindade que reflete: inteligência, perispírito e corpo carnal. Tratando da reencarnação dizia: Quando o corpo morre, se o ser foi esclarecido na Terra, a alma acende às regiões desses seres puros que possuem o conhecimento do Altíssimo; mas, se a alma, quando encarnada na Terra se deixou dominar pelas paixões, pelos desejos intemperados, é então, obrigada a voltar de novo à Terra para recuperar o tempo perdido, e dizia mais: Eu e vós outros temos tido múltiplas reencarnações. As minhas só de mim são conhecidas, enquanto que vós não conheceis nem as vossas.
Quanto à moral dizia Krishna: Os males com os quais atormentamos o nosso próximo nos perseguem como a nossa sombra ao nosso corpo. As obras cujo móvel é o amor ao próximo, devem ser ambicionadas pelo justo, porque são as que mais pesarão na balança celeste. Se só freqüentares os bons, teus exemplos serão inúteis; não temas viver entre os maus para os atraíres ao bem. O homem virtuoso é parecido à arvore das nossas florestas, cuja sombra benéfica dá às plantas que as rodeiam a frescura da vida, etc.
Hermes, no Alto Egito, mil anos antes da Era cristã, afirmava:
Que Deus era o único que vivia em substância, o único gerador de tudo quanto existe no Céu e na Terra e o único que não foi gerado;
Que os seus atributos eram a imensidade, a eternidade, a independência, a vontade toda poderosa, a bondade sem limites.
Falando de Deus dizia ele: Nosso pensamento não pode conceber Deus, nem linguagem alguma defini-lo. O que é incorpóreo, invisível, sem forma, não se pode medir pela curta regra do tempo. Deus é infalível. É certo que Deus dá a alguns de seus eleitos a faculdade de elevar-se acima das coisas planetárias, para perceber algumas irradiações da sua perfeição suprema, mas, estes eleitos não encontram palavras para traduzir em linguagem vulgar a visão imaterial que os impressionou, e somente têm podido explicar à humanidade as coisas secundárias que passam ante seus olhos, como imagens da vida universal, mas, a causa primacial permanece velada e não chegaremos a compreendê-la senão depois da morte.
Dizia ele, e continuaram os sacerdotes dos templos egípcios sobre o destino da alma, sua imortalidade e reencarnação: O espírito do homem tem duas fases: cativeiro na matéria (corpo carnal), ascensão à luz. As almas são filhas do Céu e a sua viagem é uma prova. Durante a encarnação perdem a recordação da sua origem celeste. Cativas da matéria, embriagadas pela vida, se precipitam como chuva de fogo, com sensação voluptuosa através das regiões do sofrimento, do amor e da morte até à prisão terrena, onde a vida divina parece um sonho vão. As almas baixas e perversas permanecem amarradas à Terra, por múltiplos renascimentos, porém, as almas virtuosas, como providas de asas, se elevam às esferas superiores, onde recobram a vista das cousas divinas, das quais se impregnam com a luz da consciência iluminada pela dor, com a energia da vontade adquirida na luta. Fazem-se luminosas, pois que possuem o divino em si mesmas e irradiam essa divindade em seus atos, etc.
Depois de Krishna e de Hermes, muitos séculos depois, veio à terra Moisés, um dos iniciados nos templos egípcios, que chegou a ser um dos missionários divinos mais conhecidos, porque foi o primeiro a revelar à humanidade algumas das grandes verdades, antes ocultas nos templos em que foi iniciado e reservadas a um pequeno grupo de eleitos.
Foi ele que revelou ao povo israelita, que por sua vez se encarregou de a divulgar por todo o planeta, a idéia de um Deus, condenando a idolatria.
Vieram depois os gregos, Sócrates, Pitágoras e Platão, e todos eles trataram da imortalidade da alma e da sua reencarnação: por último veio Jesus, o meigo, e querido filho de Maria, o mártir dos mártires, a maior vítima da ignorância humana, do atraso dos povos. Jesus, não só veio esclarecer e ampliar a doutrina de Moisés, como revelar o que até então estava oculto nos templos egípcios: o porquê de tudo quanto existe no Universo e como as almas encarnam e desencarnam, sua origem, seus deveres e seus fins.
Tudo que acabamos de narrar, que por muitos séculos jazeu oculto nos templos egípcios e por isso se denominou ocultismo, nada mais é do que o moderno espiritismo, que tem por base a doutrina de Cristo, que ele, Espiritismo, esclarecerá e ampliará como é preciso, visto que os tempos são chegados, e assim se confirma o que por aí algures se repete, que "nada de novo há sobre a terra".
Passando aos nossos dias, nos é grato afirmar que é o Espiritismo a maior preocupação dos grandes sábios do nosso planeta, e que na América do Norte existem vinte milhões de espíritas, mantendo-se numa das cidades americanas um jornal espírita que conta mais de 80 mil assinantes.
Foi do Senado e de jurisconsultos americanos do Norte que saiu a afirmativa de que os fenômenos ditos espíritas eram reais e que se devia continuar a estudar essa Ciência, base de todas as outras.
Depois dessa afirmativa e de experiências havidas na Europa entre alguns poucos sábios, livres das conveniências sociais, alastrou-se por todos os recantos do globo a doutrina espírita e principiaram então as investigações sérias por parte de notáveis cientistas como Durville, Flamarion, Conde de Rochas, Paul Gibier, Richet, Wallace, Morgan, Warley, Zoener, Du Prell, Aksakof, Broferio, Ermacora, Crookes e muitos outros sábios, orgulho do progresso intelectual do mundo moderno.
Entre esses sábios contam-se D. Delanne, que diz: Com a certeza das vidas sucessivas e da responsabilidade dos atos, muitas questões apresentar-se-ão sob outros aspectos. As lutas sociais que, em nossa época, tomam um caráter terrível de preparo, poderão ser amortecidas pela convicção de que a duração de uma existência é apenas um momento na eterna evolução. Com menos orgulho na classe alta e menos inveja nas baixas camadas sociais, uma solidariedade afetiva nascerá ao contato desta consoladora doutrina, e talvez nos seja dado ver desaparecerem as lutas fratricidas, produtos ineptos da ignorância, dissipando-se diante dos ensinamentos de amor e fraternidade que são a irradiante auréola do Espiritismo. Isto o afirma Delanne na sua Evolução Anímica.
Entre os sábios americanos e europeus que tratam do Espiritismo, temos o grande prazer de contar não poucos brasileiros, dos quais nos é grato destacar neste momento: Visconde de Sabóia, saudoso diretor e lente jubilado da Faculdade de Medicina desta cidade e membro de diversas sociedades científicas brasileiras e estrangeiras, mestre dos mestres da atualidade, o qual escreveu A Vida Psíquica do Homem, ensaio filosófico sobre o Materialismo e o Espiritismo, bela obra de 622 páginas; Dr. A. Pinheiro Guedes, cuja obra denominada Ciência Espírita é um primor de sabedoria, tão clara e tão simples que todos podem facilmente compreender; Dr. Alberto Seabra, notável médico paulista, que na sua bela obra denominada O Problema do Além e do Destino esclarece fartamente todos aqueles que não sejam escravos da ciência oficial. Ele vos garante que o invisível nos cerca por todos os lados, que o corpo físico é a manifestação da alma invisível, que o engendra por intermédio do seu corpo astral, de natureza fluídica, e que o fluido, ou od, é o verdadeiro mediador plástico entre o homem físico e o homem transcendente. Que invisível é o que temos de melhor e de mais nobre, a consciência, a vontade, a inteligência, a sensibilidade, a memória. Invisível é o vapor de água de tão notória influência em climatologia. Invisível é o calor, a eletricidade, o som, os raios químicos; que todo o universo físico-químico repousa sobre o invisível.
Como vedes, pois, além do Espiritismo ser tão velho como o nosso mundo, está ele atualmente preocupando os intelectuais mais respeitáveis da Europa e da América, e deixou de ser uma coisa que fazia loucos, como se afirmava, para ser uma ciência que cura loucos e todas as enfermidades julgadas incuráveis pela Ciência da Terra. É de lastimar, todavia, que o Espiritismo Racional e Científico que nós aqui praticamos de portas abertas, para todos os que queiram estudar e progredir, seja confundido pelos cientistas e homens sérios, como umas misérias que se praticam por aí algures, com este nome, e que tanto tem prejudicado o progresso do Verdadeiro Espiritismo, que tudo explica racional e cientificamente.
A prática desta doutrina, quando se não tem vontade firme para o bem e se não conhece o Valor do Pensamento sujeito a essa vontade forte, é um grande mal para a humanidade, e é por esse motivo que os egípcios não o quiseram revelar ao povo, porque ele não estando preparado para o compreender, só males poderia produzir praticando-o.
Para se praticar o Espiritismo e curar doidos e outras enfermidades, depois do ser se colocar acima das misérias humanas e dos preconceitos sociais, depois de se treinar e procurar, portanto, reprimir os seus desejos intemperados e ser verdadeiramente cristão, deve procurar conhecer a composição do Universo; a lei dos fluidos; aplicar a esses fluidos a lei física da atração dos corpos.
Com esses conhecimentos Racionais e Científicos, fácil lhe será praticar as obras de Jesus e deificar-se, porque então, saberá como nós sabemos, por experiência própria, adquirida em cerca de 3 anos de estudos diários, despidos de vaidades, de preconceitos sociais e de qualquer interesse:
Que dois elementos regem o Universo, que são: o elemento espiritual e o elemento cósmico ou fluídico astral;
Que nascem da ação simultânea desses dois princípios, fenômenos especiais que são inexplicáveis se se faz abstração de um deles, absolutamente como a formação da água seria inexplicável se se fizesse abstração de um dos seus dois elementos constituintes: o oxigênio ou o hidrogênio;
Que o Espiritismo, demonstrando a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material, dá a chave de uma multidão de fenômenos não compreendidos, que são por isso mesmo considerados como inadmissíveis por certa classe de pensadores;
Que estes fatos abundam nas Escrituras e que é por falta de conhecimento das leis que os regem, que os comentadores dos dois campos opostos, volvendo incessantemente no mesmo círculo de idéias, uns fazendo abstração dos dados positivos da ciência, outros, do princípio espiritual, não puderam chegar a uma solução racional. Essa solução está na ação recíproca entre o espírito e a matéria cósmica ou fluido astral;
Que é por isso que o Espiritismo atrai tanta gente à crença de verdades que eram consideradas até há pouco como utopias. O Espiritismo não tem mistérios, nem teorias secretas; tudo nele deve ser dito à luz do dia, para que todos possam julgá-lo com conhecimento de causa, mas cada coisa deve vir a seu tempo, para vir com segurança; e é porque os tempos são chegados e porque o Espírito da Verdade, prometido por Jesus, que nós denominamos Astral Superior ou Espíritos de Luz Verdadeira, está descendo até nós para tudo esclarecer, que nós aqui e, portanto, o Brasil pode afirmar sem receio de errar, que chegou a conhecimentos e conclusões a que os sábios mundiais, de boa vontade, ainda não puderam chegar, por se haverem preocupado mais com a matéria física, do que com o elemento que a incita e movimenta, e que lhe vem de fora e vive fora dela, como afirma o sábio fisiologista Claude Bernard. É, pois, aqui, neste Centro e no Amor e Caridade, de Santos, fundados e dirigidos pelo Astral Superior, e noutros que se fundarem sob a direção do mesmo Astral, que se chegou à conclusão de que, dos dois elementos de que se compõe o Universo, dos quais tudo deriva, o elemento Espiritual ou Inteligência Universal e fluido Astral ou matéria cósmica, existem diferentes categorias, desde as impuras, mundos atrasados como o nosso e mais do que o nosso, aos puros e puríssimos dos mundos adiantados, e os grandemente luminosos;
Que o conhecimento dessas categorias e como elas se manifestam e operam para o bem e para o mal, para beneficiarem ou danificarem a humanidade, é imprescindível para o nosso completo esclarecimento e felicidade relativa, e a esse conhecimento chegamos a ponto de podermos classificar cada uma dessas categorias espirituais e fluídicas e assim vos podermos garantir que são elas a causa de todos os males, quer psíquicos, quer fisiológicos de que sofre muito a humanidade;
Que esses dois elementos, estando sujeitos às leis físicas da atração dos corpos, podem ser usados para o bem ou para o mal, conforme a força do pensamento da pessoa ou pessoas que os queiram atrair e mui especialmente se essa pessoa for médium;
Que não há mais dúvidas sobre o conhecimento exato das entidades ocultas, porque formada que seja uma corrente fluídica organizada e dirigida pelos espíritos de Luz Verdadeira, não poderá haver mistificações e então nessa corrente fluídica, que é o imã com o qual se pratica a lei física da atração dos corpos, aplicada aos espíritos e fluidos, se conhecerão os espíritos ou partículas da Inteligência Universal: (a) pela sua irradiação fluídica sobre os médiuns ao tomarem-nos para se manifestarem; (b) pelo aroma do fluido que espargem ao se aproximarem de nós; (c) pelo seu perispírito ou corpo astral, com que se apresentam nas sessões ou fora delas, e que são observados pelos médiuns videntes; (d) pela sua linguagem sempre sóbria, e profundamente Racional e Científica; (e) pelas suas obras como seja a cura de loucos, (obsedados) e todas as enfermidades julgadas sem cura pelos médicos da Terra, quando não haja, é claro, grave dano nos órgãos necessários à vida.
Desse conhecimento chega-se à conclusão de que os espíritos, que são partículas da Inteligência Universal, fazem da matéria cósmica, do fluido astral do mundo que lhes é próprio, tudo quanto lhes apraz, sendo certo que, os de categoria inferior não podem ir além da zona em que estão envolvidos, e por isso, sendo quase lama o seu fluido, só coisas grosseiras e inferiores eles poderão imitar.
É em virtude desse princípio, por nós observado em milhares de manifestações, que se pode garantir que um corpo astral opaco, branco e de luz, não pode ser o envólucro de um espírito das zonas inferiores como a nossa, porque o fluido destas zonas sendo impuros, sendo quase lama, não é a matéria prima apta a fazer um corpo astral opaco, branco ou de luz.
São estes princípios, são estes conhecimentos da composição do Universo, da lei física aplicada a eles e sobretudo da formação das correntes fluídicas, por Espíritos de Luz, que devem colocar os sábios do Brasil, o Brasil enfim, na vanguarda das outras nações, que até agora não chegaram a estas conclusões, pelos motivos que vimos apontando.
É este o nosso espiritismo, é assim que nós o praticamos e estamos prontos a receber de braços abertos a todos aqueles, cientistas ou não, que queiram conhecer os porquês de tudo quanto existe e, portanto, da nossa existência sobre a Terra. Aqui nos têm os governos de todos os países e os seus sábios e não sábios, à sua disposição, e felizes nos julgaremos se o nosso oferecimento for aproveitado por todos, sem distinção de cores e de classes; e se todos aproveitarem o resultado do trabalho gratuito do Astral Superior, que por nosso intermédio está pronto a tudo esclarecer e a praticar a caridade em todos os seus ramos, sem qualquer remuneração, nem mesmo agradecimentos, que este Centro e os seus Filiados não aceitam nem aceitarão jamais.
Terminamos pedindo perdão à respeitável assistência, se não lhe demos prazer, dizendo o que dissemos e rogando a Deus, a Jesus, a Virgem e aos seus mensageiros, que se dignem lançar sobre todos, os seus fluidos benéficos.
Discursos
históricos - Discurso de Luiz de Mattos,
ao inaugurar a séde do Centro Redentor, no Rio de Janeiro, em 24 de dezembro de
1912.